Bem Vindo à Radio Evangelica - O melhor da música gospel na internet. Aqui você vai poder louvar e glorificar Deus com cânticos, louvores e orações. Participe em nome de Jesus Cristo e ajude site de música gospel, divulgamos gratuitamente o melhor da música cristã. totalmente sem custos para levar a palavra do senhor aos quatro cantos do mundo
domingo, 30 de setembro de 2007
O estado interno do salmista: ele anima sua alma pela consideração das grandes obras e da misericórdia de Deus
1 CLAMEI a Deus com a minha voz, a Deus levantei a minha voz, e ele inclinou para mim os ouvidos.
2 No dia da minha angústia busquei ao Senhor; a minha mão se estendeu de noite, e não cessava; a minha alma recusava ser consolada.
3 Lembrava-me de Deus, e me perturbei; queixava-me, e o meu espírito desfalecia. (Selá.)
4 Sustentaste os meus olhos acordados; estou tão perturbado que não posso falar.
5 Considerava os dias da antiguidade, os anos dos tempos antigos.
6 De noite chamei à lembrança o meu cântico; meditei em meu coração, e o meu espírito esquadrinhou.
7 Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável?
8 Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se já a promessa de geração em geração?
9 Esqueceu-se Deus de ter misericórdia? Ou encerrou ele as suas misericórdias na sua ira? (Selá.)
10 E eu disse: Isto é enfermidade minha; mas eu me lembrarei dos anos da destra do Altíssimo.
11 Eu me lembrarei das obras do SENHOR; certamente que eu me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade.
12 Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos.
13 O teu caminho, ó Deus, está no santuário. Quem é Deus tão grande como o nosso Deus?
14 Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu fizeste notória a tua força entre os povos.
15 Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José. (Selá.)
16 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram.
17 As nuvens lançaram água, os céus deram um som; as tuas flechas correram duma para outra parte.
18 A voz do teu trovão estava no céu; os relâmpagos iluminaram o mundo; a terra se abalou e tremeu.
19 O teu caminho é no mar, e as tuas veredas nas águas grandes, e os teus passos não são conhecidos.
20 Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.
Salmos 77 - (Almeida Fiel e Corrigida)
A majestade e o poder de Deus
2 E em Salém está o seu tabernáculo, e a sua morada em Sião.
3 Ali quebrou as flechas do arco; o escudo, e a espada, e a guerra. (Selá.)
4 Tu és mais ilustre e glorioso do que os montes de caça.
5 Os que são ousados de coração são despojados; dormiram o seu sono; e
nenhum dos homens de força achou as próprias mãos.
6 À tua repreensão, ó Deus de Jacó, carros e cavalos são lançados num
sono profundo.
7 Tu, tu és temível; e quem subsistirá à tua vista, uma vez que te irares?
8 Desde os céus fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou,
9 Quando Deus se levantou para fazer juízo, para livrar a todos os
mansos da terra. (Selá.)
10 Certamente a cólera do homem redundará em teu louvor; o restante da
cólera tu o restringirás.
11 Fazei votos, e pagai ao SENHOR vosso Deus; tragam presentes, os que
estão em redor dele, àquele que é temível.
12 Ele ceifará o espírito dos príncipes; é tremendo para com os reis da
terra.
Salmos 76 - (Almeida Fiel e Corrigida)
sábado, 29 de setembro de 2007
O profeta louva a Deus e promete fazer observar a justiça
perto, as tuas maravilhas o declaram.
2 Quando eu ocupar o lugar determinado, julgarei retamente.
3 A terra e todos os seus moradores estão dissolvidos, mas eu fortaleci
as suas colunas. (Selá.)
4 Disse eu aos loucos: Não enlouqueçais, e aos ímpios: Não levanteis a
fronte;
5 Não levanteis a vossa fronte altiva, nem faleis com cerviz dura.
6 Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação.
7 Mas Deus é o Juiz: a um abate, e a outro exalta.
8 Porque na mão do SENHOR há um cálice cujo vinho é tinto; está cheio de
mistura; e dá a beber dele; mas as escórias dele todos os ímpios da
terra as sorverão e beberão.
9 E eu o declararei para sempre; cantarei louvores ao Deus de Jacó.
10 E quebrarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos
serão exaltadas.
Salmos 75 - (Almeida Fiel e Corrigida)
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
A assolação do santuário, e oração para que Deus se lembrasse do seu povo aflito
povo aflito
1 Ó DEUS, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua
ira contra as ovelhas do teu pasto?
2 Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antiguidade; da
vara da tua herança, que remiste; deste monte Sião, em que habitaste.
3 Levanta os teus pés para as perpétuas assolações, para tudo o que o
inimigo tem feito de mal no santuário.
4 Os teus inimigos bramam no meio dos teus lugares santos; põem neles as
suas insígnias por sinais.
5 Um homem se tornava famoso, conforme houvesse levantado machados,
contra a espessura do arvoredo.
6 Mas agora toda obra entalhada de uma vez quebram com machados e martelos.
7 Lançaram fogo no teu santuário; profanaram, derrubando-a até ao chão,
a morada do teu nome.
8 Disseram nos seus corações: Despojemo-los duma vez. Queimaram todos os
lugares santos de Deus na terra.
9 Já não vemos os nossos sinais, já não há profeta, nem há entre nós
alguém que saiba até quando isto durará.
10 Até quando, ó Deus, nos afrontará o adversário? Blasfemará o inimigo
o teu nome para sempre?
11 Porque retiras a tua mão, a saber, a tua destra? Tira-a de dentro do
teu seio.
12 Todavia Deus é o meu Rei desde a antiguidade, operando a salvação no
meio da terra.
13 Tu dividiste o mar pela tua força; quebrantaste as cabeças das
baleias nas águas.
14 Fizeste em pedaços as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento
aos habitantes do deserto.
15 Fendeste a fonte e o ribeiro; secaste os rios impetuosos.
16 Teu é o dia e tua é a noite; preparaste a luz e o sol.
17 Estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno tu os formaste.
18 Lembra-te disto: que o inimigo afrontou ao SENHOR e que um povo louco
blasfemou o teu nome.
19 Não entregues às feras a alma da tua rola; não te esqueças para
sempre da vida dos teus aflitos.
20 Atende a tua aliança; pois os lugares tenebrosos da terra estão
cheios de moradas de crueldade.
21 Oh, não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o
necessitado.
22 Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da
afronta que o louco te faz cada dia.
23 Não te esqueças dos gritos dos teus inimigos; o tumulto daqueles que
se levantam contra ti aumenta continuamente.
Salmos 74 - (Almeida Fiel e Corrigida)
A prosperidade dos ímpios faz duvidar da justiça de Deus, mas o fim deles a demonstra
2 Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco faltou para
que escorregassem os meus passos.
3 Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios.
4 Porque não há apertos na sua morte, mas firme está a sua força.
5 Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos como
outros homens.
6 Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como
de adorno.
7 Os olhos deles estão inchados de gordura; eles têm mais do que o
coração podia desejar.
8 São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente.
9 Põem as suas bocas contra os céus, e as suas línguas andam pela terra.
10 Por isso o povo dele volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
11 E eles dizem: Como o sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo?
12 Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.
13 Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as
minhas mãos na inocência.
14 Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
15 Se eu dissesse: Falarei assim; eis que ofenderia a geração de teus
filhos.
16 Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso;
17 Até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles.
18 Certamente tu os puseste em lugares escorregadios; tu os lanças em
destruição.
19 Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente
consumidos de terrores.
20 Como um sonho, quando se acorda, assim, ó Senhor, quando acordares,
desprezarás a aparência deles.
21 Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus rins.
22 Assim me embruteci, e nada sabia; fiquei como um animal perante ti.
23 Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão
direita.
24 Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.
25 Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje
além de ti.
26 A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do
meu coração, e a minha porção para sempre.
27 Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído
todos aqueles que se desviam de ti.
28 Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no
Senhor DEUS, para anunciar todas as tuas obras.
Salmos 73 - (Almeida Fiel e Corrigida)
terça-feira, 25 de setembro de 2007
A excelência, justiça e glória do reino de Salomão prefiguram as do Messias
2 Ele julgará ao teu povo com justiça, e aos teus pobres com juízo.
3 Os montes trarão paz ao povo, e os outeiros, justiça.
4 Julgará os aflitos do povo, salvará os filhos do necessitado, e
quebrantará o opressor.
5 Temer-te-ão enquanto durarem o sol e a lua, de geração em geração.
6 Ele descerá como chuva sobre a erva ceifada, como os chuveiros que
umedecem a terra.
7 Nos seus dias florescerá o justo, e abundância de paz haverá enquanto
durar a lua.
8 Dominará de mar a mar, e desde o rio até às extremidades da terra.
9 Aqueles que habitam no deserto se inclinarão ante ele, e os seus
inimigos lamberão o pó.
10 Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de
Seba oferecerão dons.
11 E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão.
12 Porque ele livrará ao necessitado quando clamar, como também ao
aflito e ao que não tem quem o ajude.
13 Compadecer-se-á do pobre e do aflito, e salvará as almas dos
necessitados.
14 Libertará as suas almas do engano e da violência, e precioso será o
seu sangue aos olhos dele.
15 E viverá, e se lhe dará do ouro de Sabá; e continuamente se fará por
ele oração; e todos os dias o bendirão.
16 Haverá um punhado de trigo na terra sobre as cabeças dos montes; o
seu fruto se moverá como o Líbano, e os da cidade florescerão como a
erva da terra.
17 O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de
pais a filhos enquanto o sol durar, e os homens serão abençoados nele;
todas as nações lhe chamarão bem-aventurado.
18 Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas.
19 E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a
terra da sua glória. Amém e Amém.
20 Aqui acabam as orações de Davi, filho de Jessé.
Salmos 72 - (Almeida Fiel e Corrigida)
CRONOBIOLOGIA
Provavelmente, caro leitor ou leitora, você já tenha lido na Bíblia, ou
apenas ouvido falar, o episódio da torre de Babel.
Nele, os filhos de Adão tinham como objetivo construir uma cidade com
uma torre tão alta que atingisse o céu,com a finalidade de impor uma
única política e uma única religião, acabando com qualquer
multiplicidade destes aspectos.
Mas o Senhor não concordou com isso e, como castigo, confundiu de tal
maneira sua língua que eles passaram a não mais se entender, dando fim
àquele projeto e valorizando a diversidade que se iniciava.
Por isso somos iguais apenas perante a Deus. E também perante à Justiça,
como afirma a Constituição brasileira.
Como seres humanos, acreditar que somos todos iguais, é incorrer em um
grande erro. A começar pela nossa impressão digital, que possuímos desde
o nosso nascimento e pelo fato de não existir duas impressões digitais
iguais.
À medida que crescemos e nos desenvolvemos, nossos pais, professores,
educadores, exercem sua influência na formação de nossos princípios,
crenças e valores, o que também contribui para que cada ser passe a ser
único. A este fatores também podem ser citados experiências de vida,
relacionamentos afetivos, grau de formação escolar, etc.
Entretanto, o que é importante para nossa vida e nosso conhecimento é
saber entender, respeitar e aprender com as diferenças, pois cada um tem
sua maneira de "ver" o mundo, sua personalidade, sua crença religiosa,
sua raça, sua cultura e sua condição social.
Quando uma pessoa respeita estas diferenças, ela aprende a respeitar a
si própria e aprende a conviver melhor com as pessoas que a cercam
(familiares, clientes, colegas de trabalho, etc.).
Este novo olhar sobre as pessoas tem feito com que os responsáveis ou
especialistas no desenvolvimento de pessoas usem esta diversidade para
extrair de cada uma delas seus potenciais, habilidades e conhecimentos
que não eram, até então, percebidos por diversas razões, como a
discriminação e o preconceito.
Equipes verdadeiramente vencedoras têm se formado e se desenvolvido por
meio da atuação de líderes e gestores que já se deram conta de como a
diversidade pode trabalhar a favor, e não contra, de novos projetos e
novos desafios.
Entretanto, a Ciência vem estudando e desenvolvendo um novo ramo que
demonstra, fisiologicamente, mais uma diferença existente entre os seres
humanos a cronobiologia.
A cronobiologia estuda os ritmos biológicos. Estes ritmos acontecem em
ciclos de, aproximadamente 24 horas; por isso, são denominados ciclos
circadianos (do latim circa = por volta de e diem = dia). Seu estudo
facilita o entendimento do porquê cada ser humano possui alguns hábitos
que se repetem em determinados períodos do dia.
Variações do ritmo cardíaco, da temperatura corporal (oral, axilar,
timpânica, arterial) e a liberação de hormônios são exemplos destes
ciclos, cuja regulação depende dos núcleos supraquiasmáticos existentes
na região anterior do hipotálamo dos mamíferos.
Estas variações dependem da ação de alguns agentes reguladores como, por
exemplo, a luz, que determina o ciclo vigíliasono.
O avanço do estudo da cronobiologia já é efetuado em diversas áreas,
tais como
? fisiologia, onde são estudados os mecanismos biológicos que são
influenciados pela luz;
? psicologia, onde se estuda a importância dos ritmos biológicos
relacionados à aprendizagem e à memória (funções cognitivas);
? medicina, onde são estudados o diagnóstico e o tratamento das doenças
relacionadas aos ritmos biológicos e,
? saúde pública, onde se estuda a identificação da influência ou das
conseqüências do trabalho noturno, ou de turnos alternantes, no
organismo humano.
O avanço do estudo da cronobiologia já deu origem a dois outros ramos de
estudo a cronopatologia, que estuda o efeito do ciclo circadiano na
saúde e suas relações com as doenças (ex. doenças cardiovasculares tem
predominância no período da manhã, nos fins de semana e no inverno), e a
cronofarmacologia, que estuda a eficácia e a toxicidade de medicamentos
dentro da variação do ciclo circadiano (ex.; por que determinado
medicamento tem melhor ação quando administrado à noite).
Cronobiologia e atividade laboral
Um fato que deve ser salientado é que o ser humano tem hora para tudo
acordar (entre 700 hs. e 800 hs.), ter prazer (entre 900 hs. e 1000
hs.), ter idéias e bucar reflexões e insights (entre 1000 hs. e 1200
hs.), descanso (entre 1300 hs. e 1400 hs.), movimento (entre 1500 hs. e
1600 hs.) sono (a partir das 2000 hs) e regeneração ( entre 2100 hs. e
100 h. da manhã).
É claro que estes dados são valores médios, não se aplicando à
totalidade das pessoas, visto que cada uma possui seu próprio ciclo.
Mas, partindo-se deste ponto, pode-se melhorar a produtividade da
atividade laboral dentro das corporações como, por exemplo
? reuniões
Reuniões após o almoço devem ser evitadas. Isto porque toda a energia
estará concentrada na digestão dos alimentos, o que leva à uma
diminuição do ritmo intelectual.
Algumas corporações, direta ou indiretamente cientes deste fato, possuem
ambientes próprios para que seus colaboradores façam um pequeno descanso
ou, até mesmo, uma sesta ou uma soneca. Esta pausa para um cochilo é
denominada power nap (soneca energizante) e seu objetivo não é a soneca
propriamente dita, mas a melhoria da performance dos colaboradores.
? atividade e desempenho intelectual
A maior atividade intelectual aumenta a partir das 1130 hs. e atinge seu
ápice entre 1500 hs. e 1700 hs. Por isso o período da tarde deve ser o
preferido para a redação de projetos, realização de vendas, etc.
? inversão do horário de trabalho
Uma inversão do horário de trabalho modifica os ciclos biológicos,
trazendo conseqüências ruins para o colaborador no que diz respeito aos
seus costumes e relações familiares.
Já foi relatado que colaboradores que trabalham em turnos alternantes
possuem maior risco para o aparecimento de doenças cardíacas.
Em outro estudo, foi provado que tais colaboradores apresentam aumento
da sonolência, o que diminui sua produtividade e aumenta o risco de
ocorrência de vários acidentes de trabalho.
Em turnos alternantes, as mulheres, mais que os homens, apresentam um
número maior de distúrbios do sono, principalmente quando a mudança de
turno ocorre no período da manhã. Como conseqüência, ou não, foi
verificada uma maior incidência de distúrbios psiconeuróticos,
digestivos e circulatórios.
Portanto, o sistema de turnos alternantes, quando posto em prática, deve
ser muito bem planejado e seguir recomendações bem específicas.
Aos poucos percebe-se que a cronobiologia começa a estar presente no
ambiente de trabalho. Gestores e líderes já atentam para o fto que cada
colaborador possui seu próprio ritmo, o que deve ser entendido e respeitado.
Este fato pode acarretar uma mudança de hábitos corporativos como o
horário de entrada e saída dos colaboradores. Por exemplo se um
colaborador possui um melhor desempenho a partir das 1000 hs. da manhã,
por que obriga-lo a chegar às 800 hs Ele poderia, perfeitamente, cumprir
sua jornada de uma forma mais flexível, entrando às 930 hs. e saindo às
1930 hs., por exemplo.
O conhecimento de como a cronobiologia influencia os aspectos físico e
mental de qualquer ser humano faz com que haja uma melhoria substancial
de sua qualidade de vida, desde que seus horários e limites sejam
considerados e respeitados.
O NÃO é sempre certo, o SIM é sempre lucro
NÃO!
Não, não e não!
Nã, nã, ni, nã, não!
Quantas vezes já escutamos estas expressões pronunciadas com as mais
diversas entonações.
Receber uma negação causa, num primeiro momento, um sentimento de
frustração. Receber um NÃO após uma negociação, após a apresentação de
um projeto, ao declarar seu amor a alguém, não é algo que realmente
queiramos, principalmente quando agimos com honestidade de palavras e de
sentimentos.
Desde crianças recebemos nãos. "Menino, não faça isso", "Eu já te disse
para não ir lá", e por aí vai... Entretanto, há quem afirme que a
criança começa a desenvolver seu pensamento a partir de frustrações. E
que a falta delas na infância pode acarretar, no futuro, um adulto
eternamente insatisfeito ou desencadear crises emocionais como resposta
a qualquer contrariedade.
A palavra frustração vem do latim frustatio que significa em vão, ou
seja, impedir que a pessoa atinja um objetivo, uma meta, uma expectativa
ou um desejo. E, quanto maior o objetivo, a meta ou a expectativa, maior
a frustração. Já o Novo Dicionário Aurélio define frustração como
"estado daquele que, pela ausência de um objeto ou por um obstáculo
externo ou interno, é privado da satisfação dum desejo ou duma necessidade".
Basicamente existem três tipos de frustrações:
a) por impedimento – a pessoa fica frustrada quando há obstáculos que o
impedem de atingir seu objetivo. Ex.: ser demitido.
b) por atraso – o tempo para a pessoa atingir seu objetivo ainda não
chegou. Ex.: esperar pela maioridade penal para poder dirigir.
c) Por conflito – quando a pessoa necessita escolher entre duas ou mais
coisas que possam lhe dar prazer. Ex.: ir ao teatro ou ao cinema.
E quais podem ser as conseqüências da frustração? Isto varia muito de
pessoa para pessoa. Geralmente a frustração desencadeia sentimentos
como: agonia, amargura, angústia, ansiedade, consternação, desalento,
desânimo, desapontamento, decepção, descontentamento, descrença,
desilusão, desgosto, ira, mágoa, malogro, ódio, perplexidade, raiva,
rancor, tristeza. Em casos extremos, pode desencadear uma baixa da
auto-estima da pessoa, aparecimento dos sintomas de estresse e depressão.
Será que é isso que queremos para nós?
Devemos ter sempre em mente que qualquer trajetória de vida possui
reveses e contrariedades. E o NÃO faz parte dela.
Grandes atletas, grandes esportistas e grandes empresários certamente
enfrentaram todos os tipos de problemas. Não foi fácil chegar ao ápice
de suas carreiras. E, nesta trajetória, provavelmente receberam muitos
NÃOS. E o que os diferenciou? Não se deixaram abalar e seguiram em
frente enfrentando todos os tipos de obstáculos. Se não fosse assim
teriam ido engrossar o rol das pessoas que "desaparecem" quando a vida
se torna mais áspera e mais difícil para elas.
Quando uma pessoa sofre uma perda ou uma derrota, ela deve estar
preparada para enfrentá-la, como um campeão, um vencedor. Os grandes
vencedores jamais se deixam abater por elas; ao contrário, enfrentam-nas
de frente e pagam o preço para superá-las. E a vida está cheia de
exemplos de pessoas campeãs e vencedoras.
Características do NÃO
Receber um NÃO pode não ser o "fim do mundo", desde que sejam
considerados três aspectos. Um NÃO não é:
a) permanente
Lembre-se que nada dura para sempre. Concordo que, ao receber um NÃO,
necessitamos de um tempo para a nossa recuperação, o que pode ser algo
demorado e difícil. Mas, se não ficarmos nos remoendo com sentimentos
negativos, conseguiremos transformar o NÃO em um novo aprendizado, em
lições que nos farão superá-lo. O NÃO de hoje poderá se transformar no
SIM de amanhã.
b) penetrante
Lembre-se que não existe nada que possa destruir sua vida. Um NÃO pode,
inicialmente, acabar com seus sonhos e seus objetivos. Por outro lado
pode se tornar uma experiência para aceitar mudanças que, certamente,
ocorrerão em todos os aspectos de sua vida.
c) pessoal
Lembre-se que você não é a única pessoa a enfrentar problemas.
Um NÃO pode gerar reações como: "como isto foi acontecer COMIGO?" ou "o
que EU FIZ para merecer isto?"
Não foi com VOCÊ. Isto acontece com todos NÓS. O NÃO faz parte da nossa
vida, independentemente se somos um simples funcionário ou o presidente
da empresa.
Obstáculos existem na vida de todos nós. Devemos, isto sim, fazer de um
NÃO a mola propulsora para enfrentar os desafios e nos aprimorarmos para
seguir em frente..
LIVRE ARBÍTRIO
Livre arbítrio significa o poder de escolher, de possuir uma livre
opção. Em todas as situações que a vida nos oferece, estamos fazendo
escolhas e tomando decisões: do lugar para morar, da roupa que vou usar,
se vou casar, etc. Até no fato de não se fazer nenhuma escolha, estamos
exercendo nosso livre arbítrio.
Mas, este mesmo livre arbítrio que norteia nossas ações, também pode ser
direcionado para nossos pensamentos. Se um NÃO lhe causa um sentimento
de raiva, por exemplo, Randy di Stefano afirma que você pode escolher entre:
a) brigar, xingar, procurar culpados (raiva destrutiva)
Neste caso, a pessoa "cai" e fica esperneando à semelhança de uma barata
que virou de costas no chão e fica se debatendo, como se isso a ajudasse
a ficar em pé.
b) transformar a raiva em determinação (raiva construtiva)
Aqui, a pessoa, mesmo "caindo", usa sua energia para se reerguer. Ela
pode até ficar irritada com a queda, mas esta irritação só aumenta sua
determinação em ficar em pé. Esta pessoa não perde tempo brigando,
xingando ou procurando culpados. Ela aprende com o NÃO e segue em frente.
Portanto, o segredo para lidar com a frustração, e todos os sentimentos
ruins que isto pode acarretar, não, é evitá-la, resistir a ela ou
permitir que ela o (a) derrote. Mas, isto sim, transformá-la em algo
positivo que lhe dê a motivação, a energia, para "virar o jogo". Pode
parecer paradoxal mas existe uma energia positiva na frustração que pode
representar a reviravolta necessária para levar as pessoas "para cima" e
não "para baixo".
A propósito,o Dr. Al Siebert aconselha que tenhamos de 3 a 5 sentimentos
bons (alegria, bom humor, esperança, perspectiva, criatividade, paz,
divertimento, prazer) para cada sentimento ruim (ansiedade, angústia,
raiva, frustração) e que devemos começar o jogo com o placar de 2 a 1
muito embora, ele admite, que pode ser muito difícil para a maioria das
pessoas.
Finalizando, quero relatar uma conversa que tive com minha filha Ana
Lúcia, quando conversávamos sobre este assunto. Disse ela:
- O NÃO é sempre certo, o SIM é sempre lucro.
E eu lhe perguntei:
- Você pode me explicar melhor esta sua afirmação?
Carinhosamente, ela me respondeu:
- Pai, o máximo que pode acontecer em qualquer situação é recebermos um
NÃO. Agora..., se recebemos um SIM, maravilha.
Deste modo, não se intimide ou seja tímido ao pedir, negociar ou
solicitar algo. Use sua "cara de pau" empregando as palavras certas no
momento certo. O que pode acontecer de pior? Escutar um NÃO. Exemplos?
Que tal solicitar suas férias antes do tempo ou pedir para ser
substituído na visita a um cliente?
Devemos estar sempre preparados para isso, o NÃO. Se, ao recebê-lo, não
nos deixamos dominar por sentimentos negativos, mas o transformamos na
energia necessária para, mais a frente, recebermos um SIM, certamente
estaremos trilhando o caminho dos grandes campeões, dos grandes vencedores.
Você só não pode esquecer que esta escolha é única e exclusivamente sua.
A partir de agora, você decide!
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
FUTEBOL É AMOR
Fabrício Carpinejar
Não compreendo quando o futebol torna-se vestimenta da truculência. Ao
invés de estender o pano e alcançar com a bandeira a graça sinuosa das
pipas, arranca-se a flâmula para empregar a madeira como arma. A
bandeira nasceu para o céu, mas é rebaixada progressivamente ao chão.
Não compreendo que a rivalidade entre gremistas e colorados tenha
atravessado a fronteira da provocação para o fanatismo terrorista.
Não há diferença nenhuma em quem coloca uma bomba no corpo ou quem
emprega o corpo para explodir os outros. Futebol não é uma causa
religiosa, não é uma causa nacionalista, não é uma causa separatista.
Futebol é um esporte. Haverá trabalho no dia seguinte.
Não compreendo que assassinatos possam ocorrer entre torcidas
organizadas pelo simples motivo da vítima ser colorada ou gremista. E
que espancamentos tenham como pretexto fora do campo o fato de alguém
estar usando vermelho ou azul, branco e preto. Não entendo essa
normalidade de não contar mais com a possibilidade de torcer no campo
adversário.
Eu levo meu filho de cinco anos para o estádio e desejo que ele ame seu
time mais do que odeie qualquer rival. Não ensinarei meu filho a odiar.
É muita covardia usar a paixão de uma torcida para cometer atrocidades.
É muita covardia mobilizar a força retrógrada do bando quando um
torcedor está sozinho e desarmado.
Isso não é futebol, é crime. Não importa que seja no estádio ou na rua,
é crime.
Não é mais questão de paz, é questão de justiça.
Sou colorado, faço piadas, toco flauta, mas nunca parti para a briga
porque respeito os gremistas. Eles são como eu. Iguais em sua fé e
esperança de que um título venha para recompensar a fidelidade. Iguais,
nem melhores, nem piores. Sofrem como eu. Amam como eu. Brincam como eu.
Sem os gremistas do outro lado, nunca absorveria as derrotas. Os
gremistas transformam a dor da derrota colorada em humor. Na
segunda-feira e quinta-feira no emprego, gremistas estarão me esperando
para rir daquilo que considerava sério, trágico e fatal, e logo percebo
que foi mais um jogo de futebol, não o último, e sigo minha vida mais leve.
A gozação dos gremistas, assim como a dos colorados, é terapêutica,
porque nos possibilita diminuir a gravidade das derrotas e aumentar o
entusiasmo das vitórias. Cada um tem suas razões, e ninguém tem a
palavra final.
È um despropósito um colorado tenta converter um gremista e vice-versa.
Ambos os times cresceram para alcançar o outro. Os três títulos
nacionais do Inter na década de 70 resultaram nos títulos nacionais e no
Mundial do Grêmio nos anos 80. O Mundial do Grêmio na década de 80
desencadeou o Mundial do Inter em 2006. São raras as cidades com dois
times campeões do mundo. A concorrência estimulou a criatividade e a
superação dos limites regionais.
Não é caso de pregar tolerância. Tolerância é para quem não tem
respeito. Respeito se ensina em casa.
Sou de uma família padrão em que só a mãe não tem time, para não
denunciar sua preferência aos filhos. Mãe é igual a comentarista
esportivo, não diz seu time de coração para não entregar de bandeja seu
filho predileto (mas desconfio que ela é gremista). O pai e dois irmãos
torcem pelo Grêmio e eu e a minha irmã pelo Inter. É uma residência que
sai gritando pela chaminé. Explique-me: como posso odiar meus irmãos? Ou
alguém acha que não sofri com os "secadores" na própria sala? Ou alguém
acha que não tive que segurar a raiva quando escutava o trio narrando o
gol adversário? Faz favor, eu convivi com meus medos e frustrações, meus
recalques e dissabores, até reconhecer que a cidade não era dividida
entre os gremistas e os colorados, a cidade é multiplicada.
Reconheço no futebol meu melhor amigo. Queria ser jogador, é claro,
quando menino. Queria ser Paulo Roberto Falcão. Nunca pedi um autógrafo
a ele por não saber o que falar - ainda não decorei o discurso. Seu
jeito de jogar sem olhar para as chuteiras não me condicionou a jogar
bem, mas agora danço melhor. Ao menos, não olho para meus pés. Era um
menino retraído, feio e que falava errado. A bola foi minha companhia na
infância. Seu cheiro de terra e asfalto é camada sempiterna em minhas
mãos. Curtida, o gomo descolando pelo uso tal língua de cão, o estômago
da câmara pulando pra fora. Ela diminuiu minha solidão, ajudou a fazer
turma, favoreceu o surgimento de namoradas.
Futebol é amor.
Precisamos de mais colorados e gremistas sadios, menos colorados e
gremistas doentes. Que o futebol seja a cura das moléstias, não morte
cerebral. E que inicie no Gre-Nal deste domingo, às 18h10.
Publicado no jornal ZERO HORA
Página 11, Opinião, Porto Alegre (RS), 16/09/2007
SOU REAL
Fabrício Carpinejar
Em algum momento do meu dia, serei mendigo. Por uma fração de tempo,
serei um indigente e esquecerei de me arrumar, esquecerei de me
produzir, esquecerei de me preocupar em ser visto. Por exemplo, ao
apanhar o jornal. Desço as escadas do prédio, rezando para que nenhum
vizinho abra a porta. Exceto um homem imaginário não é mendigo numa
parte de sua rotina. Exceto um homem imaginário não aparece despojado
num relance.
Ainda em trajes indefinidos, meio cama, meio mesa, olho para a janela do
edifício da frente e percebo uma senhora, bem senhora, de cabelos cinza
e um olhar duro observando o que acontece pela manhã. Quando a descubro,
ela recua e entra. É fatal: recua e entra ao coincidirmos os olhos.
Tenho a impressão de que ela ficaria o dia inteiro naquela posição se
ninguém a descobrisse. Ela se envergonha de estar reparando na vida
alheia, mas não deixa de olhar. Ela quer olhar (por prazer) e fingir que
não olha (para mim). Alimentamos essa relação platônica por cinco anos.
Eu chego, ela sai. Eu saio, ela volta.
Cláudia Moon comentou no meu texto anterior que os homens se apaixonam
por personagens, não mulheres reais. Ela está coberta de razão. No
início do relacionamento, somos como eu e a velha. Fugimos de nos ver,
pois um denuncia a pobreza do outro.
Tentamos segurar o idealismo nos primeiros meses do namoro. Recalcamos a
enxaqueca, a irritação, as contas, nossos pânicos. A alma de mendigo e
os segredos permanecem em cidade próxima até conseguirmos intimidade e
coragem para contar e mostrar quem realmente somos. Apaixonar-se é
ganhar tempo. Temos vergonha do que somos, porque guardamos a impressão
de que não somos apaixonáveis. Apresentamos um terceiro em nosso lugar,
para que esse personagem enfim nos apresente quando chegar a hora de
morar junto. Todo princípio de namoro, um não conhece o outro, mas
versões aproximadas e adaptadas. Há relações que terminam antes do
personagem sair de cena.
Trancamos a realidade no armário e o quarto parece limpo e organizado.
Os apaixonados vivem com as portas trancadas do armário, já reparou
Cláudia?
Não há como despistar por toda a vida. Tantas vezes namorei e não podia
ter dor de barriga. É ridículo. Mas o estômago do apaixonado não pode
funcionar. É um crime ele continuar na ativa, mesmo jantando
desesperadamente. Eu sentado na privada, ela toda sensual na cama lendo
e me esperando. Eu tentando não fazer nenhum barulho. Um pânico.
Tentando não deixar nenhum cheiro. Um pânico. Tentando que a descarga
funcione direitinho. Um pânico. Eu tinha que ser um homem imaginário,
mas era real. Meu estômago é real. O que ela iria pensar se descobrisse
que seu homem ideal é como todos os demais?
O que é real é mais fácil de voltar. Na minha horta, é real que tenha um
espaço para colocar a erva-mate do dia anterior. É real que eu tire os
ossos dos peixes para a minha mulher e os ossos das palavras para meus
filhos. É real que cometa desenganos, que seja rude sem querer. Assim
como é real pedir desculpas envergonhado. É real cobrar quando não tenho
razão. É real que sou chato quando sinto fome. É real que lave os pratos
depois do almoço. É real que faça fofocas e intrigas. É real que não sou
poeta em tempo integral. Que me preocupe se haverá sol amanhã para ligar
a máquina de lavar. É real que tenho meus hábitos e minhas frases
prediletas. A minha é "não acredito que estou em casa", a da minha
esposa é "Gostosa", a do meu filho "é final de semana", a da minha filha
é "fiz uma música".
Sou real. É minha decepção e minha glória. Ser entendido é bem melhor do
que imaginar.
Cansei de ser um homem imaginário. Pode ser a crise dos trinta anos ou
uma crise eterna. Eu diria que sou mendigo grande parte do dia; em
alguns momentos, momentos inspirados, sou rei. É mais honesto para amar.
EU ESTOU CANSADA DE SER O HOMEM DA RELAÇÃO!
EU ESTOU CANSADA DE SER O HOMEM DA RELAÇÃO!
Fabrício Carpinejar
"Olá, Fabrício
Sou leitora assídua da sua coluna e sempre quis escrever pra você, e
hoje finalmente decidi fazê-lo.
A minha inquietação é a seguinte: tenho 22 anos e meu namorado é bem
mais velho do que eu, ele tem 40 anos, e nós trabalhamos juntos... Nosso
relacionamento já foi motivo de fofoca, pois falavam que ele me usava
para obter informações (trabalhamos em um órgão público). A primeira vez
que ficamos juntos foi um tanto desgastante, pois só eu queria e ele mal
falava comigo pelo telefone (outro defeito dele, o telefone - quando não
está desligado - ele não atende, ele detesta o bendito celular); enfim
isso durou 3 meses, quando o chamei para conversar ele me disse que não
queria ou não estava preparado para um relacionamento e aí então decidi
terminar tudo ali mesmo.
Passaram-se uns 3 meses desde que rompemos e nesse meio tempo sempre
conversávamos muito; em uma dessas conversas decidimos nos encontrar
fora do trabalho e então ficamos juntos mais uma vez. Começou tudo de
novo, ou seja, ele não me ligava, só eu que o procurava...Tivemos outra
conversa, pois não queria ficar pisando em ovos como da outra vez, então
decidi ir devagar, e continuamos juntos, só que estava no ar a questão
de ele não querer um relacionamento sério, e que me angustiava bastante.
Hoje estamos namorando, apesar de ele nunca ter me pedido em namoro, só
que estou cansada de fazer o papel de homem na relação. Sei que ele
gosta de mim, apesar de não falar muito nisso, pois seus gestos me dizem
o que ele não diz. Gosto dele e quero ficar com ele, mas o que fazer
para que a nossa relação dure???
Espero uma luz...
Abraços,
Rose"
Oi, Rose
Está cansada de assumir o controle e definir a direção da história.
Exige mais disposição, talento para encontrar o momento certo de
acelerar e frear. Não faz o papel tutelar e acomodado de mãe, mas exerce
uma liderança indiscutível e atenta no namoro, de não deixar o cotidiano
esmorecer. Sempre rompe ou discute quando necessário, fala quando está
incomodada.
Mas será que teria condições de agir diferente? Não diria que é o homem
de casa. Em todo casal, há o grande e o pequeno (leia "O doido da
garrafa", de Adriana Falcão). Um não é menor do que o outro, ambos se
completam. Se ele fosse igual ao seu temperamento, não suportaria.
Talvez queira mesmo sentar no banco de motorista. Seu olhar é voltado a
para estrada enquanto o dele, para dentro do carro. Está preocupada com
o futuro, com o destino, em chegar a alguma lugar, em durar, enquanto o
comportamento dele é o do passageiro, interessado na música que está
tocando na rádio ou na conversa durante o percurso. Quando comenta que
sabe que ele gosta de você, já tem o essencial.
Ao exigir dele uma outra atitude, continuará mandando. Não há saída.
O que a incomoda são as desconfianças acrescidas ao severo silêncio: as
fofocas no trabalho, a dificuldade dele com o celular e dar notícias, a
resistência por um amor mais sério. A dúvida não pode virar suspeita.
Por não comunicar, não significa que ele não está participando. Não
confio naquela máxima "quem cala, consente". Quem cala de repente não
encontrou um outro modo de sentir.
Recordo de uma frase sábia de Fernando Sabino: "não se pode exigir das
pessoas aquilo que elas não podem dar". Costumamos regrar a convivência
por aquilo que somos e queremos, e esquecemos de que não casamos conosco.
Vou além: não se pode exigir das pessoas aquilo que elas não sabem que têm.
Ou seja, conversar com as paredes nos torna paredes. Podemos pressionar,
podemos persuadir, podemos até cobrar, mas nunca substituir o parceiro
ou anular a diferença. Ele não deve repeti-la, e sim entendê-la.
Ao mesmo tempo, a instabilidade a excita, pois procura extrair o melhor
de si para encontrar a paz. Sua paz é permanecer em guerra, desafiando
as formalidades.
Não tenha culpa por dominar, esqueça os antigos papéis e as expectativas
sociais. Caso ele queira ser a ovelha e você o lobo, não procure só a
carne, aproveite a lã. Aquecerá seu esforço.
Beijos,
Fabrício
Envie carta com suas dúvidas de relacionamento para carpinejar@terra.com.br
FALAR OU PROVAR O VENENO DA INCOMPREENSÃO
FALAR OU PROVAR O VENENO DA INCOMPREENSÃO
Fabrício Carpinejar
Fabrício!
Hesito desde o instante em que recortei e colei o teu endereço de
e-mail.Tive dúvidas ao escolher que endereço eletrônico usar. Senti
receio. E, confesso, julguei a vontade de te escrever agora um tanto
ridícula. Sei lá.O que ele pode me dizer que os meus amigos todos já não
tenham dito, pensei. E tuas linhas me responderam. Tua poesia. A poesia
comunica um outro tipo de sensibilidade. Dirá a canção que os poetas
como os cegos podem ver na escuridão., nisto me fio, confio. E aposto!
Vou te contar minha história!
Convivi com Pedro durante uns três anos ou pouco mais que isto,
cotidianamente, sem saber o seu nome. Cumprimentava-o. Estabelecíamos
longas conversas de corredor. Tínhamos amigos em comum, mas não éramos
próximos. E, embora eu o achasse simpático, nunca consegui gravar seu
nome. Nossos compromissos e rotinas mudaram e passei a encontrá-lo
raramente. Encontrei-o algumas vezes, por acaso, nas ruas, n'algum
evento cultural ou no campus universitário. Constrangida, disfarçava
para que não se desse conta de que eu não sabia o nome dele. Numa dessas
ocasiões, ele propôs trocarmos os números de telefones. Que nome
registrar na agenda! Não quis perguntar.
Não nos víamos há um bom tempo, quando por conta do orkut, eu descobri o
seu nome (e me dei conta de que ele estava entre os contatos do MSN e em
todas as minhas listas de e-mail. (rs). Por conta de um interesse comum,
entrei em contato on line para avisá-lo de um evento que aconteceria no
mês seguinte. Desde então passamos a nos comunicar freqüentemente pela
internet. Eu, no entanto, não tinha interesse nele. Estava envolvida em
outras histórias. ademais, eu sempre pensara nele como um rapaz sério
que tinha um namoro fixo já longo (que eu não sabia, havia acabado). Ele
também não demonstrava estar flertando.
Ao aproximar-se o evento, marcamos de nos encontrar para comprar
ingressos e conversar um pouco sem o intermédio da tela de um
computador. O primeiro encontro foi marcado e seguiram inúmeras
coincidências. Foi, então, que comecei a me sentir envolvida e atraída
por ele e percebia (de modo claro) que era recíproco. No entanto, não
obstante as deixas e sugestões mútuas (pessoalmente, na internet ou por
telefone), ninguém explicitou intenção alguma. O nosso primeiro beijo
aconteceu em um dos inúmeros encontros acidentais e foi um beijo
intenso, longo e absolutamente nos desligamos da situação estávamos de
pé, em um ponto de ônibus, numa avenida movimentada, mas paralisamos o
tempo, ali.
Nosso começo trazia uma intensidade e um desejo que eu não havia
experimentado. Ele era intenso, delicado, envolvia-me com sua
sensibilidade escancarada e inteligência. Vivemos dias muito bons. Sei
que era bom para ele também. Não era apenas pele. Não era apenas tesão.
Apesar da intensidade do contato físico, havia muito sentimento
explicitado (ou flagrado) nos gestos.
Quando nos afastamos, após um mês e sem explicações nem conversa de the
end, fiquei tentando me convencer de que ele seria o maior mentiroso do
mundo por criar situações românticas. Se o objetivo dele (após o fim,
era assim que me parecia) era um caso passageiro porque trazer tantas
palavras, tantos gestos, belíssimos para aqueles instantes
Amigos que nos viam juntos diziam perceber uma sintonia muito grande.
Sabe aquela definição (externa) de casal bonito Parecíamos formar um.
Perplexos, os meus amigos não sabiam me conformar. Ainda não sabem.
Todos e todas têm se empenhado em me fazer sair com outras pessoas. E,
assim, tenho procedido. Não fico só. Não dispenso convites pra sair. Mas
não me faz bem. Não me sinto bem (nem do ponto de vista do desejo) com
os outros. As coisas têm acontecido. Tenho seguido minha rotina. Mas
estou engasgada com um fim não pronunciado. Inconformada com um
interdito para não seguir vivendo um amor bonito e profundo.
Permanecemos amigos (bem mais do que antes). Fazemos algumas coisas
juntos, profissionalmente ou pra nos divertir. No entanto, me dói (quase
como dor física) não poder tocá-lo como desejaria. E o pior é que, às
vezes, fica a impressão de que ele quer que eu retome os rumos das
coisas. Hoje (ontem), ele se confessou bastante triste. Disse que estava
em crise. Eu dei minha opinião sobre algumas coisas dos campos
profissional e acadêmico que, para mim, refletem um certo estado
emocional dele. Ele calou. Perguntei se ele se incomodava que estivesse
analisando sua situação e ele me disse que eu tinha o direito de dizer o
que entendesse e que ele ouviria. Retomamos, há bem pouco tempo, uma
maneira mais carinhosa de nos tratarmos ao telefone, nos e-mail's, no
MSN, pessoalmente. Mas o contato físico virou tabu. Embora, às vezes, eu
suspeito que chegar mais perto, e o mais simples toque, o desestabilizam
tanto quanto a mim.
Ele (sabemos todos os que somos seus amigos) se feriu muito no
relacionamento anterior. Quando eu falei em estabilizar a relação,
inclusive, ele disse que não estava pronto ainda.
Por ele ser, de fato, um homem bastante sensível, duvido que tenha sido
um caso temporário para ele. Duvido que ele tenha apenas me usado. Mas
algo estancou o que ele sentia. Eu, no entanto, não encontro caminhos
para tentar voltar e nem consigo arrancar dele uma só palavra definitiva
me dizendo que não temos mais chance.
Some-se a todo este processo descrito (exaustivamente), o fato de que
todas as pessoas (amigos ou não) ainda hoje, ao nos ver juntos, mesmo
sem carinhos, identificam-nos como casal. Construímos rapidamente uma
intimidade que não desfizemos depois que paramos de ficar (estávamos
ficando !rs).
Sinceramente... boba ou não, eu ainda acredito em tentar reconquistá-lo.
Fala, poeta! Um grande abraço em você, Fabrício!
Beijos
Silvana
Querida Silvana
Entendo seu sofrimento. Mas não entendi a separação, pois não houve fim.
Não houve briga, quebradeira, juízo final, o que faz parte da negociação
do desejo. O que identifico é a conformação pelo silêncio.
Temos uma mania de resolver a história por nossa conta. Concluímos e
esquecemos de perguntar o que o outro está querendo. De sua alquimia com
o colega, flagrantes são suas impressões. Não tem nada mais do que
impressões.
Ao definir Sei que era bom também para ele. Sabe como Ele afirmou
Tememos falar durante o amor para não cobrar, só que deixamos de falar e
permanecemos cobrando. Cobra agora uma resposta que deveria ser dada
durante, não depois. Tornou-se uma relação resolvida publicamente, sem
definição interna pelo casal. Carrega o fantasma de que Todos sabem,
menos eu.
Será que ele sentiu tudo isso que você sentiu Ou está ainda pensando por
ele, para ele Quando diz Embora, às vezes, eu suspeito que chegar mais
perto, e o mais simples toque, o desestabiliza tanto quanto a mim...
É uma suspeita, não uma constatação. As suspeitas não cresceram em
verdades, carecendo do mínimo elo Não seria mais fácil encará-lo e
arrematar o que você deseja comigo Voar mas de olhos abertos, senão o
risco de cair aumenta. Voar sem perder os referenciais do chão, da casa,
do caminho.
No momento em que confessa se é um caso passageiro porque trazer tantas
palavras, tantos gestos, belíssimos para aqueles instantes Respondo para
se convencer de que não é um caso passageiro. O amor é puro
convencimento. Reprisa seu início com ele não guardava o nome, não
descobria seus rastros em sua vida, até que uma sucessão de aproximações
e conversas a convenceu que o amava. Você se convenceu da importância do
encontro, talvez ele não.
Por que ele permanece ao seu lado, desprovido de culpa Entendeu que foi
um caso. Na concepção dele, ficaram somente juntos. Não toca no assunto
para não perdê-la. Aproveita sua dificuldade de iniciar a conversa para
não ter que decidir ou opinar. Ele abusa de sua tolerância. Tem sua vida
sob controle, sua amizade e pode seguir livre e independente. Ou acha
que ele não percebe que está apaixonada Claro que sim.
Não diria que ele a usa, ele a domina, que é diverso. Nota que você
perdeu o poder de revide e vive tentando justificar qualquer atitude
dele. Ele não precisa se justificar porque o perdoa antes mesmo de
qualquer ação. Na carta, disse que ele era sensível e delicado e que um
relacionamento abrupto anterior o machucou. Sua mania de compreendê-lo
termina por desculpá-lo previamente. Entender não pressupõe aceitar.
Duvido que um amor possa se contentar com menos depois de conhecer o
máximo. Isso é exílio.
Quer reconquistá-lo Afasta-se sem motivo, como ele mesmo fez. Sem dizer
alguma coisa. Sem explicar. Deixe ele conhecer o gosto do próprio veneno.
Quando um homem entende demais, seduz. Quando um homem não entende o que
está acontecendo, ele se apaixona.
Beijos
Fabro
Envie carta com suas dúvidas de relacionamento para carpinejar@terra.com.br
O PAI POETA, MAIS PERTO DA CRIANÇA
Filho, Minha Filha", Fabrício Carpinejar oferece sua versão para a
aventura de ser pai e de ser filho no século 21
Meu Filho, Minha Filha (Bertrand Brasil, 144 páginas, R$ 28), o livro
mais recente de Fabrício Carpinejar, passeia pela parentalidade, esse
caminho de se tornar pai e mãe. Não o faz com intenção, não premedita.
Faz poesia simplesmente, e é aí que o texto se parentaliza. Na primeira
estrofe, canta: "Meu filho, meu filho / volto a te recolher deitado / no
azulejo frio". E é assim, criando o cenário de sons como esses, que a
aventura de pai (ou mãe) inaugura-se. Porque desconfiamos, já com fortes
suspeitas, de que começamos a ser sob a forma de um apego. Que é feito
de desejo e olhar, mas logo vem a linguagem provar que estamos separados
e nos inunda de assonâncias (frio e filho) e aliterações (filho e frio)
e silêncios entrecortados pela música. A linguagem quer restabelecer o
calor. Precisamos ser ponte de prosódia com mãe (ou pai) para ser.
Tivemos de ser música um dia, portanto, poesia. Meu Filho, Minha Filha é
poesia desde o começo, na musicalidade de cada verso, mas também no
livro como um todo, que retoma o estilo do autor, adepto do poema longo.
Ser pai, ser mãe é longo. E é ritmo como o de cada poema ali impresso,
sobretudo, na intercalação constante de um poema para o filho (Meu Filho
Comigo) e outro para a filha (Minha Filha Sem Mim).
Ser pai, ser mãe já estaria desenhado nessa aparente falta de
significado, amparada pela melodia, como é o começo de uma vida de filho
ou pai. Mas como reconhece o autor, em um de seus versos, não fomos
feitos com a perfeição do cavalo; já no primeiro ano dessa vida,
começamos a balbuciar, desesperadamente, em busca de sentidos.
Meu Filho, Minha Filha não o toma com intenção. Mas vai, a cada página,
ritmando sentidos do que hoje se pensa e se expressa para o trajeto de
tornar-se pai e mãe. Poucos sons depois de seu começo, encontramos os
versos lapidares: "Não há água benta na bacia, apenas a sede de uma
família /que se espalhou por medo." Cantando, Carpinejar encontra uma
verdade que enxergamos no cotidiano de quem ouve pais e filhos dentro e
fora de nós: encontrar o filho é encontrar o filho que fomos, é
reencontrar-se com o bem e o mal do que (não) passou. O passado sai de
seu lugar e, à beira desse futuro, tudo é presente. A psicanalista
Monique Bydlowski chama esse trajeto de transparência psíquica. Porque
nada nos retira tanto do opaco ou das defesas do que um filho. Esse
filho, essa filha que recebem desse pai o olhar, a empatia, a palavra,
filtros para os dentes de um passado, sempre disposto a morder afiado e
pontiagudo. A mesma transparência psíquica que se escreve mais adiante:
"És meu filho e o pai que não tive, /ou o filho que ainda não nasceu".
Sem digestão de passado, a poesia tranca, mas aqui ela digere e flui
como as vidas que destrancam em quem se propõe a cantar.
As mordidas doem menos se houve o que há em Meu Filho, Minha Filha:
olhar, empatia, palavra. O resultado é imagem, metáfora, poesia aos
borbotões como em uma vida bem amada e expressada. Um exemplo: "Meu
filho, meu filho, /suave e manso filho, de cílios maiores /do que a
ponta dos dedos..." O psicanalista Serge Lebovici chama isso de empatia
metaforizante. Fomos feitos, enfim, para a acolhida e, acolhidos,
criamos. Esse é o livro de um pai que acolhe filho e filha e jamais será
abandonado pelo símbolo.
Meu Filho, Minha Filha aproxima-se ainda mais do que é ser pai e ser mãe
no século 21. Porque o amor de que fala não é o do século 19,
idealizado, trágico ou romântico. Ou o do 20, acomodado em suas velhas
formas. O amor de que fala é imenso e humilde, vagaroso e progressivo:
"Até para ficar em pé com o filho, /o homem tem que se preparar." É amor
desajeitado, como expressa ("enraiveço /de tanto amor desajeitado") e
como amamos quando amamos sem cobranças de amor maduro (e falso), que
nos faz, mães e pais, com alta prevalência de depressão pós-parto.
Meu Filho, Minha Filha é um livro novo, de uma família nova, recomposta,
reconstituída, repleta de discórdias, desencontros e acusações tal qual
uma família antiga. Contra os solavancos dessa condição - ser réu de
filha, perder-se em críticas, sobrar na dor dos filhos, chamados
feiamente de meio-irmãos - , Carpinejar conta com o antídoto antigo de
propor olhar, empatia, palavra. Assim é que vai achando, a cada verso,
uma nova representação, aproximando a tarefa do poeta à da criança
(Freud), que é brincar, inovar, criar; cria versos inéditos, achando
nome para a dor de tantos pais (homens) que não cessam de procurar,
desesperadamente, o seu lugar: "Eu não te eduquei, não te corrigi em
seqüência, / sou o pai que vai voltar tarde. / Tudo o que ensino / não
tem uma segunda-feira."
A todas essas, Meu Filho, Minha Filha nos conta o que já sabíamos, sem
nos autorizarmos a dizer sob a patrulha dos exigentes: como é difícil
ser pai nessas ou em quaisquer outras condições: "Não há como pedir que
entendas a verdade. / A verdade é passar / fome ou frio na linguagem."
Ao mesmo tempo e sem receitas, essa aprendizagem longa e inacabada passa
por poder contar-se, e o livro conta: "Meus pais brigavam, / a mãe se
trancava no quarto // e o pai se trancava no escritório. / Sentava na
sala entre os dois aposentos / com pavor de tomar partido." Como é
difícil ser pai, olhar o pai que tivemos, separar-se do filho que temos,
que entra na creche, da filha, que entra na adolescência, e o pai
permanece na medida em que suporta ausentar-se, perder, mais adepto das
separações que dos encontros: "Te deixei mais ir do que vir."
E como é difícil ser filho: "Treinei para ser pai. / Queria ser logo pai
/ para deixar de ser filho". Contando é que o filho se esvazia para
ficar repleto do pai que pode ser e é; salta de filho para pai, e a
confissão salta de confissão para poema, porque houve linguagem entre a
empatia e a metáfora (Lebovici), entre o silêncio e a sonoridade. É
quando confessa que nada fez por si - fazia-o pelos pais - até os 25
anos, que se torna livre para ser poeta e pai. E ambas as trajetórias -
a de um pai e a de um poeta - precisam do mesmo caminho, que é brincar:
"Eu te divirto, sem querer", canta, a certa altura, o pai poeta. Entre
empatia e metáforas, ele soube fazer sons e significados que o fizeram
capaz de juntar-se e separar-se de seu filho. E dar lições de apego e
desapego do olhar ao toque: "Não dependo de toda a mão para te manter
perto de mim."
O que mais gosto desse livro é que ele aceita ser triste para
desprender-se da tristeza e chegar no belo, no alegre. Transmitindo a
idéia de que, se olharmos e dissermos com empatia, não há século 21, lei
materna ou gravidez na adolescência, que impeçam ser pai de ser tão
prazeroso como ir à praça ou à arte.
Já no final, Meu Filho, Minha Filha dá novo sentido para quem pensa e
sente a parentalidade. E sugere que quem olhou e contou (com afeto) pôde
filiar-se. Mais ainda: ser pai de um filho que, no sagrado desse ritmo,
há de ser pai um dia.
Que pai e arte autênticos como esses prometem transmissão e duração.
Assim, retornamos ao começo do livro, onde um poeta, mal saído dos 30,
dedica o que criou para os seus netos. E, nessa dança bem-sucedida de
passado, presente e futuro, não está mentindo.
* Psiquiatria da infância e escritor, autor de, entre outros livros, "A
Almofada que Não Dava Tchau!"
(Publicado em Jornal Zero Hora, caderno Cultura, página 03, Porto
Alegre, 11/08/07. Edição nº 15330)
O MARIDO NOS FILHOS
Os filhos não desanimam o casamento. Eles nos ensinam novamente a casar.
Sei que não é razoável o que estou afirmando. Não sou razoável, alguém
deseja ser?
Razoável é sentenciar que os filhos tiram o tempo do namoro, interpelam
a todo segundo por banalidades, brigam quando estamos lendo, atendendo
ao telefone ou concentrados. Razoável é concordar que não há com quem
deixar as crianças em mais de uma noite para sair e os programas
tornam-se mais caseiros, a falta de opção converte os incansáveis
sedutores em amigos dorminhocos. O frio, um DVD, o cansaço do trabalho
são desculpas para não tentar algo diferente e superar a escassez de
assunto numa mesa de restaurante. O risco da separação aumenta porque o
amor não é mais prioridade.
Mas não consigo confiar nessa hipótese. Os filhos estão nos oferecendo
aulas de graça (força de expressão; trata-se de fiado, um dia eles cobram).
Vicente me prepara para ser um bom marido. Com seus cinco anos. E sua
timidez carismática.
Não dependo de muita concentração. É seguir seus gestos. Virar um mímico
em minha casa. Um clown de suas pausas e feições.
Eu me preparei para assistir ao jogo do meu time no estádio. Fazia frio
(6º), a noite ia alta e teria uma estrada pela frente. Convidei o
Vicente, com a certeza que aceitaria no ato, logo agradeceria e correria
ao quarto para se fardar. Porém, ele me questionou:
- Que horas vou voltar?
- 1h, acho.
- Desculpa, pai. Mas vou pegar a mãe dormindo, e quero ver sua boniteza
acordada.
Notei que ele roubou minha fala. Era a resposta perfeita de marido. A
frase consagradora. Compensaria uma louça empilhada, uma toalha molhada
na cama, um pote de xampu virado, divorciado da tampa, o azedume no
almoço da sogra, a lâmpada que não troquei na área de serviço. O filho
me substituía enxergando a minha demora. Se sua mãe não estivesse
escutando, cometeria um plágio sem pudor.
Ao sair, enxergo o guri no quarto, com uma vozinha esquisita, abafada,
de marionete. Intuí que estivesse brincando com seus bonecos, falando
por eles, como criança gosta de fazer para povoar a solidão. Mas
conversava com sua mãe. Interrompi.
- Que voz é essa, Vicente?
- Voz? A minha!
- Não, nunca usou essa voz comigo. É uma vozinha dodói, diferente.
- É a voz que uso com a mamãe. Tem uma voz para cada amor.
Espantei-me. Ele seqüestrou pela segunda vez a minha parte no roteiro.
Descobri que utilizo a mesma voz com a minha mulher, e deveria ser
outra, para ela não me confundir comigo mesmo.
O AMOR É SÓ ESPERANÇA
Numa palestra, uma adolescente me questiona como o amor vem.
São aquelas perguntas que precisam de noventa minutos de retrospectiva e
uma sala de cinema vazia.
Respondi por evasivas. Ela não insistiu por educação.
Na manhã seguinte, inclinei-me na varanda para boiar o rosto no ar. O
vento foi barbeando o pescoço. Levantei obediente o queixo para cima.
O vento tem uma mão mais segura do que a minha.
- Do nada. O amor vem do nada.
Na escola, não era capaz de dar um beijo sem pedir licença enquanto meus
amigos beijavam primeiro para conversar depois. Terminei mais solteiro
do que o professor de Religião. Jurava que a palavra viria me dizer o
que tinha que fazer. Fiquei com a palavra, os outros ficaram com os lábios.
Na festa de fim do segundo ano do 2º Grau, Silvia passou todo o tempo
comigo de mãos dadas. Faria um desenho amarelo, com telhados e árvores,
jardim nas calhas, se pudesse reproduzir meu orgulho ao circular com
ela. Concluí que estava namorando. Idiota, fui contar a notícia a um
colega, bem no momento em que ela beijava a boca de meu melhor amigo.
Laura, Eugênia, Rita, nenhuma das minhas amigas soube que eu as amava.
Um pouco por incompetência, outro tanto porque o amor dificilmente se
confessa.
Eu já me arrumei para um encontro que só eu havia marcado, já tomei
banho por uma mulher que nem me conhecia, já mudei meus horários para
puxar conversa, menti coincidências para criar empatia. Já fiei anos por
uma declaração, meses por uma notícia, dias por um cumprimento.
Nunca dependi de grande coisa para amar. Amava por antecipação. Amava
por esmolas.
Eu me apaixono por nada, por bobagem. Posso dedicar minha insônia a uma
pálpebra feminina. Confundo a irritação dos olhos como uma mensagem. E
tentarei explicar os gestos subseqüentes dela como uma articulação
premeditada para me conquistar.
Quando o abraço de uma mulher desliza para o quadril, pressinto que ela
está me deixando existir. Talvez seja casualidade, mas o amor é uma
casualidade. Entendo como quero. Quando o aperto da face escorregou ao
pescoço, não tomarei como falta de jeito, avalio que tenho chance.
Quando uma amiga telefona fora de horário, desconfio de um interesse maior.
O amor não desperdiça nenhum indício. Nenhum início.
Qualquer erro de entendimento é a possibilidade do amor. O amor é o erro
de entendimento. Flerto com quem não foi avisada de que está flertando
comigo.
O amor é só esperança. A obsessão da esperança. Imagino ter dito, nunca
deixo claro para continuar amando. A ausência de confirmação não me
modifica. Prefiro não descobrir se o desejo é mútuo para prosseguir
sonhando. Ao descobrir que não sou correspondido, é tarde para desistir.
Não falo porque vivo a ansiedade de que alguém escute os meus pensamentos.
Recorto frases, isolo sons, guardo expectativas.
Deus não joga os rascunhos fora. Por isso, temos o amor.
O amor vem por nada. Do nada. De nada.
Defender os pobres...
movimento em prol da defensoria pública no Estado do Paraná, assim
posto: "A Defensoria Pública, com suas origens há mais de um século nos
serviços de assistência jurídica, ganha previsão constitucional em 1934
para garantir o direito das pessoas carentes. A CF de 1988 amplia seu
conceito (...) na mesma linha protetiva, consagrando a Defensoria
Pública como instituição essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos
necessitados, na forma do artigo 5º, LXXIV.
Ante a previsão constitucional, que soa como um verdadeiro comando para
o Estado, evidencia-se uma exigência que referenda os direitos humanos e
os fundamentais, presente como premissa fundante do Estado brasileiro,
não se tratando de mera faculdade dos poderes públicos, mesmo porque seu
status constitucional esta assentado de forma idêntica ao da
magistratura e do Minstério Público. Nessa linha, é que diversos
estados, cumprindo determinação constitucional, passaram a implementar e
incrementar a Defensoria Pública, fazendo-a surgir ou transmudar-se em
instituição estatal voltada à efetividade dos direitos e garantias
fundamentais imprescindíveis à plena cidadania. Em que pese tratar-se de
direito essencial ao exercício da cidadania e dos direitos fundamentais,
o diagnóstico da defensoria pública, realizado pelo Ministério da
Justiça (publicado em 2006), aponta um dado desalentador aos
paranaenses: o Paraná, ao lado de Santa Catarina, está entre os dois
estados que ainda não implementaram a Defensoria Pública, nos moldes
constitucionais. Há quase vinte anos, portanto, a população carente do
Estado do Paraná padece de atendimento efetivo nas esferas judicial,
extrajudicial, na consultoria jurídica, na resolução de questões de
direito coletivo, entre outras...".
Encerra com o convite para que todos participem do seminário Movimento
pela Defensoria Pública no Estado do Paraná - efetiva, autonoma e
idependente, que se realizará no dia 5 de outubro de 2007
(movideppr.org.br).
da lavra de Waldir D'Angelis, em site oficial do estado do Paraná,
encontramos: "O que significa governar com a Carta de Puebla nas mãos,
como quer o nosso governador Roberto Requião?
1. Agir para transformar estruturas injustas; 2. Promover a pessoa
humana, superando na ação as medidas simplesmente assistencialistas; 3.
Criar condições para que os marginalizados possam ter igualdade de
oportunidades; 4. Propiciar meios para que as pessoas possam superar a
sua condição de dependentes e de oprimidos; 5. Combater a corrupção e
dar transparência à administração pública; 6.Respeitar a diversidade e a
pluralidade democrática; 7. Valorizar o que é público e respeitar o
patrimônio que é de todos; 8. Colocar os meios públicos a serviço dos
mais fracos e oprimidos; 9. Usar o poder para servir, não para oprimir.(...)
Companheiros de governo, que a Carta de Puebla nos inspire e nos ilumine
um caminho de serviço e de compromisso com aqueles que mais necessitam...".
Além de contar com expressivos apoios, entre eles da OAB e da Abrac para
essa velha e legalíssima luta, sugiro ao incansável idealista e colega
Antônio Leandro que na entrega da reividicação ao governador, na hora do
abraço, alguém sussurre em seu ouvido: "Carta de Puebla..."
Elias Mattar Assad (eliasmattarassad@sulbbs.com.br) É presidente da
Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas(Abrac).
Nosso catálogo
bom dia
segue abaixo o endereço de nosso catálogo eletrônico
http://www.elyvidal.com.br/catalogos/catalogo.zip
se tiver alguma dificuldade, por favor entra em contato conosco
gratos pela atenção e fica com deus!!!
__________________________________________________________________
ely silmar vidal - elyvidal
Fone: 41-3338-6234 - 41-9647-2826
SKYPE: siscompar
MSN: siscompar@siscompar.com.br
GOOGLE TALK: ely@siscompar.com.br
E-MAIL: ely@siscompar.com.br
E-MAIL: elysilmarvidal@gmail.com
E-MAIL: ely_siscompar@yahoo.com.br
E-MAIL: siscompar@gmail.com
(contas de e-mail não são infalíveis, por esse motivo tantas)
PÁGINAS: www.siscompar.com
www.siscompar.com.br
www.turbinesuasvendas.com.br
www.ganhevisitas.com.br
www.pifou.com.br
www.testemunhadejesuscristo.com.br
www.falecomopapainoel.com.br
www.paiemae.com.br
www.radioevangelica.com.br
www.turbineseumicro.com.br
www.turbineseusite.com.br
O senhor te abençoe e te guarde:
O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti.
O Senhor sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz.(Nm 6:24-26)
______________________________________________________________________________________
terça-feira, 18 de setembro de 2007
I Reis 20:28
SENHOR: Porquanto os sírios disseram: O SENHOR é Deus dos montes, e não
Deus dos vales; toda esta grande multidão entregarei nas tuas mãos; para
que saibas que eu sou o SENHOR.
domingo, 16 de setembro de 2007
Davi confia em Deus, e roga-lhe que o livre dos seus inimigos, e o proteja
2 Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar; inclina os teus ouvidos
para mim, e salva-me.
3 Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente.
Deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha
fortaleza.
4 Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel.
5 Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança
desde a minha mocidade.
6 Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me
tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti
constantemente.
7 Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte.
8 Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.
9 Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for
acabando a minha força.
10 Porque os meus inimigos falam contra mim, e os que espiam a minha
alma consultam juntos,
11 Dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e tomai-o, pois não há quem o
livre.
12 Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em ajudar-me.
13 Sejam confundidos e consumidos os que são adversários da minha alma;
cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.
14 Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.
15 A minha boca manifestará a tua justiça e a tua salvação todo o dia,
pois não conheço o número delas.
16 Sairei na força do Senhor DEUS, farei menção da tua justiça, e só dela.
17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho
anunciado as tuas maravilhas.
18 Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me
desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração,
e o teu poder a todos os vindouros.
19 Também a tua justiça, ó Deus, está muito alta, pois fizeste grandes
coisas. Ó Deus, quem é semelhante a ti?
20 Tu, que me tens feito ver muitos males e angústias, me darás ainda a
vida, e me tirarás dos abismos da terra.
21 Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.
22 Também eu te louvarei com o saltério, bem como à tua verdade, ó meu
Deus; cantarei com harpa a ti, ó Santo de Israel.
23 Os meus lábios exultarão quando eu te cantar, assim como a minha
alma, que tu remiste.
24 A minha língua falará da tua justiça todo o dia; pois estão
confundidos e envergonhados aqueles que procuram o meu mal.
Salmos 71 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Na sua aflição Davi suplica a Deus que se apresse em livrá-lo
2 Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram a minha alma;
voltem para trás e confundam-se os que me desejam mal.
3 Virem as costas como recompensa da sua vergonha os que dizem: Ah! Ah!
4 Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam
a tua salvação digam continuamente: Engrandecido seja Deus.
5 Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te por mim, ó Deus. Tu
és o meu auxílio e o meu libertador; SENHOR, não te detenhas.
Salmos 70 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Os sofrimentos de Davi prefiguram os do Messias
2 Atolei-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé; entrei na
profundeza das águas, onde a corrente me leva.
3 Estou cansado de clamar; a minha garganta se secou; os meus olhos
desfalecem esperando o meu Deus.
4 Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha
cabeça; aqueles que procuram destruir-me, sendo injustamente meus
inimigos, são poderosos; então restituí o que não furtei.
5 Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice; e os meus pecados não te
são encobertos.
6 Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó
Senhor, DEUS dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa
aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.
7 Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão cobriu o
meu rosto.
8 Tenho-me tornado um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido
para com os filhos de minha mãe.
9 Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam
caíram sobre mim.
10 Quando chorei, e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou
em afrontas.
11 Pus por vestido um saco, e me fiz um provérbio para eles.
12 Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; e fui o cântico dos
bebedores de bebida forte.
13 Eu, porém, faço a minha oração a ti, SENHOR, num tempo aceitável; ó
Deus, ouve-me segundo a grandeza da tua misericórdia, segundo a verdade
da tua salvação.
14 Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me
odeiam, e das profundezas das águas.
15 Não me leve a corrente das águas, e não me absorva ao profundo, nem o
poço cerre a sua boca sobre mim.
16 Ouve-me, SENHOR, pois boa é a tua misericórdia. Olha para mim segundo
a tua muitíssima piedade.
17 E não escondas o teu rosto do teu servo, porque estou angustiado;
ouve-me depressa.
18 Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus
inimigos.
19 Bem tens conhecido a minha afronta, e a minha vergonha, e a minha
confusão; diante de ti estão todos os meus adversários.
20 Afrontas me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo; esperei por
alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores,
mas não os achei.
21 Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.
22 Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em
armadilha.
23 Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que
os seus lombos tremam constantemente.
24 Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira.
25 Fique desolado o seu palácio; e não haja quem habite nas suas tendas.
26 Pois perseguem àquele a quem feriste, e conversam sobre a dor
daqueles a quem chagaste.
27 Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não entrem na tua justiça.
28 Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos.
29 Eu, porém, sou pobre e estou triste; ponha-me a tua salvação, ó Deus,
num alto retiro.
30 Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação
de graças.
31 Isto será mais agradável ao SENHOR do que boi, ou bezerro que tem
chifres e unhas.
32 Os mansos verão isto, e se agradarão; o vosso coração viverá, pois
que buscais a Deus.
33 Porque o SENHOR ouve os necessitados, e não despreza os seus cativos.
34 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
35 Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá; para que
habitem ali e a possuam.
36 E herdá-la-á a semente de seus servos, e os que amam o seu nome
habitarão nela.
Salmos 69 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Cântico de louvor e ação de graças a Deus como nosso salvador
diante dele os que o odeiam.
2 Como se impele a fumaça, assim tu os impeles; assim como a cera se
derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.
3 Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e
folguem de alegria.
4 Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que vai
montado sobre os céus, pois o seu nome é SENHOR, e exultai diante dele.
5 Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo.
6 Deus faz que o solitário viva em família; liberta aqueles que estão
presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca.
7 Ó Deus, quando saías diante do teu povo, quando caminhavas pelo
deserto, (Selá.)
8 A terra abalava-se, e os céus destilavam perante a face de Deus; até o
próprio Sinai foi comovido na presença de Deus, do Deus de Israel.
9 Tu, ó Deus, mandaste a chuva em abundância, confortaste a tua herança,
quando estava cansada.
10 Nela habitava o teu rebanho; tu, ó Deus, fizeste provisão da tua
bondade para o pobre.
11 O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as
boas novas.
12 Reis de exércitos fugiram à pressa; e aquela que ficava em casa
repartia os despojos.
13 Ainda que vos tenhais deitado entre redis, contudo sereis como as
asas duma pomba, cobertas de prata, e as suas penas, de ouro amarelo.
14 Quando o Onipotente ali espalhou os reis, foi como a neve em Salmon.
15 O monte de Deus é como o monte de Basã, um monte elevado como o monte
de Basã.
16 Por que saltais, ó montes elevados? Este é o monte que Deus desejou
para a sua habitação, e o SENHOR habitará nele eternamente.
17 Os carros de Deus são vinte milhares, milhares de milhares. O Senhor
está entre eles, como em Sinai, no lugar santo.
18 Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro, recebeste dons para
os homens, e até para os rebeldes, para que o SENHOR Deus habitasse
entre eles.
19 Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos carrega de benefícios; o
Deus que é a nossa salvação. (Selá.)
20 O nosso Deus é o Deus da salvação; e a DEUS, o Senhor, pertencem os
livramentos da morte.
21 Mas Deus ferirá gravemente a cabeça de seus inimigos e o crânio
cabeludo do que anda em suas culpas.
22 Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã, farei voltar o meu povo
das profundezas do mar;
23 Para que o teu pé mergulhe no sangue de teus inimigos, e no mesmo a
língua dos teus cães.
24 Ó Deus, eles têm visto os teus caminhos; os caminhos do meu Deus, meu
Rei, no santuário.
25 Os cantores iam adiante, os tocadores de instrumentos atrás; entre
eles as donzelas tocando adufes.
26 Celebrai a Deus nas congregações; ao Senhor, desde a fonte de Israel.
27 Ali está o pequeno Benjamim, que domina sobre eles, os príncipes de
Judá com o seu ajuntamento, os príncipes de Zebulom e os príncipes de
Naftali.
28 O teu Deus ordenou a tua força; fortalece, ó Deus, o que já fizeste
para nós.
29 Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes.
30 Repreende asperamente as feras dos canaviais, a multidão dos touros,
com os novilhos dos povos, até que cada um se submeta com peças de
prata; dissipa os povos que desejam a guerra.
31 Príncipes virão do Egito; a Etiópia cedo estenderá para Deus as suas
mãos.
32 Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor. (Selá.)
33 Àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que existiam desde a
antiguidade; eis que envia a sua voz, dá um brado veemente.
34 Atribuí a Deus fortaleza; a sua excelência está sobre Israel e a sua
fortaleza nas mais altas nuvens.
35 Ó Deus, tu és tremendo desde os teus santuários; o Deus de Israel é o
que dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!
Salmos 68 - (Almeida Fiel e Corrigida)
O reino de Deus abrange toda a terra
seu rosto sobre nós (Selá.)
2 Para que se conheça na terra o teu caminho, e entre todas as nações a
tua salvação.
3 Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.
4 Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com
eqüidade, e governarás as nações sobre a terra. (Selá.)
5 Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.
6 Então a terra dará o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará.
7 Deus nos abençoará, e todas as extremidades da terra o temerão.
Salmos 67 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Cântico de louvor a Deus pelas suas grandes obras
2 Cantai a glória do seu nome; dai glória ao seu louvor.
3 Dizei a Deus: Quão tremendo és tu nas tuas obras! Pela grandeza do teu
poder se submeterão a ti os teus inimigos.
4 Todos os moradores da terra te adorarão e te cantarão; cantarão o teu
nome. (Selá.)
5 Vinde, e vede as obras de Deus: é tremendo nos seus feitos para com os
filhos dos homens.
6 Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos
nele.
7 Ele domina eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as
nações; não se exaltem os rebeldes. (Selá.)
8 Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor,
9 Ao que sustenta com vida a nossa alma, e não consente que sejam
abalados os nossos pés.
10 Pois tu, ó Deus, nos provaste; tu nos afinaste como se afina a prata.
11 Tu nos puseste na rede; afligiste os nossos lombos,
12 Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças;
passamos pelo fogo e pela água; mas nos trouxeste a um lugar espaçoso.
13 Entrarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,
14 Os quais pronunciaram os meus lábios, e falou a minha boca, quando
estava na angústia.
15 Oferecer-te-ei holocaustos gordurosos com incenso de carneiros;
oferecerei novilhos com cabritos. (Selá.)
16 Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele
tem feito à minha alma.
17 A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua.
18 Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá;
19 Mas, na verdade, Deus me ouviu; atendeu à voz da minha oração.
20 Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem desviou de
mim a sua misericórdia.
Salmos 66 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Davi louva a Deus e dá-lhe graças pelas bençãos recebidas
2 Ó tu que ouves as orações, a ti virá toda a carne.
3 Prevalecem as iniqüidades contra mim; porém tu limpas as nossas
transgressões.
4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para
que habite em teus átrios; nós seremos fartos da bondade da tua casa e
do teu santo templo.
5 Com coisas tremendas em justiça nos responderás, ó Deus da nossa
salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra, e
daqueles que estão longe sobre o mar.
6 O que pela sua força consolida os montes, cingido de fortaleza;
7 O que aplaca o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto
dos povos.
8 E os que habitam nos fins da terra temem os teus sinais; tu fazes
alegres as saídas da manhã e da tarde.
9 Tu visitas a terra, e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o
rio de Deus, que está cheio de água; tu lhe preparas o trigo, quando
assim a tens preparada.
10 Enches de água os seus sulcos; tu lhe aplanas as leivas; tu a
amoleces com a muita chuva; abençoas as suas novidades.
11 Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura.
12 Destilam sobre os pastos do deserto, e os outeiros os cingem de alegria.
13 Os campos se vestem de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; eles
se regozijam e cantam.
Salmos 65 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Davi suplica a Deus que guarde a sua vida, e espera que lho conceda
temor do inimigo.
2 Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do tumulto dos que praticam
a iniqüidade.
3 Que afiaram as suas línguas como espadas; e armaram por suas flechas
palavras amargas,
4 A fim de atirarem em lugar oculto ao que é íntegro; disparam sobre ele
repentinamente, e não temem.
5 Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem:
Quem os verá?
6 Andam inquirindo malícias, inquirem tudo o que se pode inquirir; e
ambos, o íntimo pensamento de cada um deles, e o coração, são profundos.
7 Mas Deus atirará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos.
8 Assim eles farão com que as suas línguas tropecem contra si mesmos;
todos aqueles que os virem, fugirão.
9 E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus; e considerarão
prudentemente os feitos dele.
10 O justo se alegrará no SENHOR, e confiará nele, e todos os retos de
coração se gloriarão.
Salmos 64 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Davi anela pela presença de Deus
sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada,
onde não há água;
2 Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário.
3 Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te
louvarão.
4 Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas
mãos.
5 A minha alma se fartará, como de tutano e de gordura; e a minha boca
te louvará com alegres lábios,
6 Quando me lembrar de ti na minha cama, e meditar em ti nas vigílias da
noite.
7 Porque tu tens sido o meu auxílio; então, à sombra das tuas asas me
regozijarei.
8 A minha alma te segue de perto; a tua destra me sustenta.
9 Mas aqueles que procuram a minha alma para a destruir, irão para as
profundezas da terra.
10 Cairão à espada; serão uma ração para as raposas.
11 Mas o rei se regozijará em Deus; qualquer que por ele jurar se
gloriará; porque se taparão as bocas dos que falam a mentira.
Salmos 63 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Exortação a que se confie somente em Deus
2 Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei
grandemente abalado.
3 Até quando maquinareis o mal contra um homem? Sereis mortos todos vós,
sereis como uma parede encurvada e uma sebe prestes a cair.
4 Eles somente consultam como o hão de derrubar da sua excelência;
deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas nas suas entranhas
maldizem. (Selá.)
5 Ó minha alma, espera somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.
6 Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha defesa; não serei
abalado.
7 Em Deus está a minha salvação e a minha glória; a rocha da minha
fortaleza, e o meu refúgio estão em Deus.
8 Confiai nele, ó povo, em todos os tempos; derramai perante ele o vosso
coração. Deus é o nosso refúgio. (Selá.)
9 Certamente que os homens de classe baixa são vaidade, e os homens de
ordem elevada são mentira; pesados em balanças, eles juntos são mais
leves do que a vaidade.
10 Não confieis na opressão, nem vos ensoberbeçais na rapina; se as
vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o coração.
11 Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto: que o poder pertence a Deus.
12 A ti também, Senhor, pertence a misericórdia; pois retribuirás a cada
um segundo a sua obra.
Salmos 62 - (Almeida Fiel e Corrigida)
Davi confia em Deus como seu refúgio
2 Desde o fim da terra clamarei a ti, quando o meu coração estiver
desmaiado; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu.
3 Pois tens sido um refúgio para mim, e uma torre forte contra o inimigo.
4 Habitarei no teu tabernáculo para sempre; abrigar-me-ei no esconderijo
das tuas asas. (Selá.)
5 Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que
temem o teu nome.
6 Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações.
7 Ele permanecerá diante de Deus para sempre; prepara-lhe misericórdia e
verdade que o preservem.
8 Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus
votos de dia em dia.
Salmos 61 - (Almeida Fiel e Corrigida)