sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Alô, é Jesus!

Alô, é Jesus!
Se o telefone tocasse, hoje, na sua casa e, quando você atendesse, pensando que fosse um amigo de sua convivência diária, aquela voz terna que você nunca ouvira antes lhe dissesse: \"Alô, é Jesus\". O primeiro impulso seria, talvez, desligar o aparelho, todavia, algo muito estranho impediu-lhe dessa reação e você resolveu ouvir, atentamente. - Sim, sou eu, Jesus Cristo! Como está sua família? Eu não precisaria perguntar-lhe, porque sei de todas as coisas. Quero ouvir isto de você. - Hein, como está sua família, seu lar? O tempo de vida aí, na Terra, é cronometrado por instrumentos celestiais de alta precisão e o aconselho a gastá-lo muito bem. Aquele vazio da discussão inútil, da agressividade, da incompreensão, foi contado como tempo de vida. Não se desconta, no tempo, nenhum segundo mal vivido. - Alô, você está me ouvindo? Não desvie sua atenção. A ganância, o egoísmo, o individualismo, o ódio, embaçam a visão espiritual e o impedem de avistar o Calvário. Comece a trabalhar na limpeza da vidraça de seus olhos cansados de olhar na direção contrária. - Você sabe que não preciso de nenhum telefone para me comunicar com ninguém. -Mas, não desligue o telefone, quero ainda lhe falar. Eu sei que você sonhou com uma casa luxuosa, no melhor bairro, na rua mais valorizada, no melhor estilo e conseguiu. Agora, você está sofrendo as conseqüências: barulho estridente, fumaça, poeira, e é obrigado a conviver com tudo isto. Não se prenda a nada, não se desespere, porque os bens da Terra só lhe trazem angústias e aborrecimentos. -Não fique triste, tão aflito assim, com as futilidades que o cercam. Se você não conseguiu trocar o carro por outro mais bonito, lembre-se de que este seu o transportará por muito pouco tempo. Aqui, no céu, as ruas são de ouro, de brilhante e de cristal. Aqui, Anjos flutuam nas gloriosas mansões celestiais, em perfeita harmonia. Para entrar nesse território só darei o visto no passaporte da fé\".A discagem direta com o céu (DDC) tem linha direta com a sua consciência e, se você quiser falar comigo, cada dia mais perto, dobre os joelhos, diminua a distância, através da oração.
Ivone Boechat (extraído do livro Educação Comunitária-5a ed.).

Um comentário:

Consultora em Educação disse...

Liberdade

Ivone Boechat

A liberdade não é um pássaro voando no azul do infinito, sem destino, sem consciência: ser livre é ser infinito em cada destino, é saber porque e para que voar naquela direção.

A liberdade propõe autonomia e habilita a sair das cavernas para abrir os olhos e ver as próprias oportunidades. A pessoa livre não depende, compartilha, não estende a mão para receber, sem trabalhar, porque é um ser inteligente capaz de superar, avançar, aprender, produzir. A liberdade é a mãe da igualdade: ela não sustenta a pobreza, ela socorre na fome emergencial, mas ensina seus filhos a pescar.

A liberdade mobiliza, não paralisa. Ela inclui. Jamais exclui alguém pela raça, pela camada social, pela etnia, pela fé que professa, pelo pensamento político/ideológico. A liberdade põe de pé, dá energia para concorrer e vencer, chegar junto, sem deixar pessoas clamando na beira do caminho eternamente.

A liberdade não censura, não se desculpa, não discrimina, ela ensina o discurso e a postura dos iguais perante a lei e canta junto o hino cívico, sem interferência de apartheid. A liberdade é o espelho onde se mira a responsabilidade.

A liberdade é atributo do ser humano. Ela não aceita máscara, mentira, submissão, nem tem medo da verdade, porque só a verdade liberta.

Ser livre é não estar comprometido com nenhum tipo de constrangimento e nem estar carimbado por siglas que reduzem a velocidade no caminho da paz. Para ser livre há sacrifícios e não guerra!

Ser livre não é impor conceitos, filosofia, ideologia, religião, política. Ser livre é ter sabedoria para viver a verdade sem atropelar o tempo e o espaço, no limite do outro. Quem impõe não sabe o que é liberdade. Quem apoia a servidão, a escravidão, o sequestro de ideias ou se regozija com a prática de manter pessoas reféns de qualquer projeto político, tem discurso provisório e frágil de liberdade. Finge-se libertador.

"...Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda..." Cecília Meirelles.